25JanE-commerce de moda plus size quer faturar R$ 5 milhões em 2016

E-commerce de moda plus size quer faturar R$ 5 milhões em 2016

O mercado da moda está sempre em crescimento. Segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest), o faturamento total do setor de vestuário já ultrapassa os R$ 90 bilhões. E, apesar de muitas pessoas terem dificuldade em encontrar roupas por não se encaixarem em um certo “padrão de beleza”, o mercado plus size ganha cada vez mais espaço e já representa cerca de 5% desse faturamento da moda. Foi com isso e com sua experiência como proprietária da marca de roupas Creare que Cristina Horowicz, 47, viu uma oportunidade para lançar um e-commerce com uma ideia fora do comum.

Com venda exclusiva no mercado atacadista há 30 anos, a Creare é uma marca que começou, aos poucos, a se dedicar a moda plus size. Cristina, então, pensou que seria interessante oferecer produtos desse tipo no meio virtual e aumentar o seu alcance de público. Foi assim que, no começo de 2013, nasceu a Flaminga, que só vende peças a partir do tamanho 44.

Junto com ela, estava Sylvia Sendacz, 49, que decidiu usar seus conhecimentos nas áreas de cinema publicitário, fotografia e comunicação para garantir que a Flaminga se estabelecesse como marca de estética diferenciada. Inicialmente, a ideia era vender online apenas as peças da Creare, mas a necessidade de oferecer diferentes estilos de roupas para as mulheres falou mais alto. Assim, o site se tornou um espaço aberto para a venda de mais de 40 marcas e que, atualmente, possui um ticket médio de R$ 325,81, valor acima da média do mercado.

“Como trabalhamos com muitas marcas, tentamos fazer uma curadoria com aquelas que entendam os diferentes tipos de mulheres”, afirma Cynthia Horowicz, 52, irmã de Cristina, que se juntou à marca em setembro de 2013. Formada em administração de empresas e “publicitária de vida toda” - como ela mesma diz -, é dela a responsabilidade de entender o consumidor e seus diferentes comportamentos. Além das três sócias, a Flaminga conta também com a participação de Ary Mifano, 52, como sócio-investidor.

Comandada por três mulheres que estão dentro do chamado “padrão de magreza”, uma das grandes preocupações da marca é manter-se atualizada com o seu público-alvo. Para garantir isso, as sócias fazem, todos os anos, uma pesquisa apenas com mulheres plus que leva em consideração aspectos como comportamento e impressões sobre o mercado de moda atual. Foi em uma dessas pesquisas que Cynthia afirma ter notado o quanto as mulheres com esse tipo de corpo sentiam falta de biquínis e lingeries. Isso resultou em uma parceria com a modelo plus size, Fluvia Lacerda, e em uma linha exclusiva com lingeries que vão do tamanho 48 ao 56.

Apesar de ser uma pesquisa demorada, que exige mais de 40 minutos de cada participante, Cynthia diz que se surpreendeu com a disponibilidade das mulheres para respondê-la. “Foram 1400 mulheres consultadas, mas que não ficaram incomodadas com a demora da pesquisa, aí a gente percebeu a carência que muitas delas sofrem no mercado da moda. O resultado também mostrou que enquanto algumas pessoas dizem que fazer compras é uma terapia, a maioria das mulheres com sobrepeso considera o ato um transtorno”, reforça ela.

É esse desconforto na hora das compras que pode abrir portas para as empresas nessa área. Para Cynthia, comprar pela internet evita que a mulher se sinta constrangida com o seu corpo ou até maltratada por funcionários. Por isso, a loja se esforça para oferecer um serviço especial que vai de consultoria online até bilhetinho escrito a mão na hora da entrega para que suas cerca de 50 mil clientes cadastradas se sintam cada vez mais acolhidas.

Com um investimento inicial total de cerca de R$ 200 mil, o objetivo sempre foi que o projeto fosse sustentável a médio e longo prazo. Em 2015, o rendimento do e-commerce foi de R$ 3,3 milhões e a expectativa para esse ano é que esse valor suba para R$ 5 milhões. “Há uns dois anos atrás, o mercado plus size ainda era pouco desenvolvido, mas tem um percentual de crescimento muito grande. Além disso, expectativas afirmam que cerca de 60% das mulheres estará em situação de sobrepeso até 2020”, diz Cynthia.

Para aqueles que querem investir no e-commerce, a publicitária dá um alerta sobre o planejamento de custos. “Muita gente acha que, só porque é um site, conseguimos fazer tudo de casa, tranquilamente. Na verdade, um dos maiores desafios são os custos que vão desde plataforma até logística e antifraude.” Além disso, com uma equipe de 12 pessoas, a Flaminga reduziu despesas ao alugar um galpão que abriga todos os processos necessários do empreendimento, internalizando os serviços sem depender de terceiros para tarefas como o empacotamento e envio.

Outro desafio é a ausência de padronização de tamanho das roupas. Para superar esse obstáculo, a Flaminga apresenta o espaço do “Provador”, onde a cliente responde um quiz que determinará o seu tipo de corpo e evitará erros na hora de comprar uma roupa sem experimentá-la. Além disso, é possível fazer um cadastro e marcar suas medidas para que elas sejam comparadas com as da peça que está sendo visualizada. “A gente pega essa mulher no colo através da determinação do seu tipo físico e da possibilidade de conversas por chat do começo até o fim da compra. Tentamos fazer o atendimento mais personalizado possível”, finaliza Cynthia.

Fonte: http://revistapegn.globo.com/Banco-de-ideias/noticia/2016/01/e-commerce-de-moda-plus-size-quer-faturar-r-5-milhoes-em-2016.html

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